21 de janeiro de 2011

Redefinido II INSISTIR - PERSISTIR

Olha aí novamente mais duas palavrinhas que nos pegam pela sua semelhança. Nós devemos Insistir ou persistir nos nossos ideais, nos nossos objetivos? Vamos destrinchar este vocabulário! A insistência está relacionada com uma dificuldade em buscar alternativas, é um comportamento teimoso. Acreditamos que não desistir daquilo que nos propusemos é um ato glorioso. Até aí não estamos muito errados, pois é o que devemos fazer. Sim mas preste a atenção nesta estorinha. João precisa ir a Belo Horizonte para resolver uma pendência. Entra no seu carro e toma direção ao seu destino. Manoel também tem coisas urgentes a resolver em Belo Horizonte e por isso também se dirigi a sua garagem, pega seu carro e segue para B.H. No Entanto, após andarem um certo tempo, deparam com um problema na estrada: Havia um buraco no meio dela impedindo a passagem dos carros. João que não desiste fácil dos seus objetivos, não arreda o pé dali e pensa: Esse buraco não irá ficar aí a vida toda. Eu aguardo até que tudo fique liberado para que eu possa seguir para o meu objetivo. Manoel, também, não é de desistir fácil das coisas e logo pensa: Deve haver uma outra forma de chegar a B.H. e logo descobre uma outra forma de alcançar seu objetivo. Qual das duas situações ilustra o que chamamos de Persistência e de Insistência?
A Insistência nos cega, foca numa só possibilidade, enquanto a Persistência amplia e nos permite transitar pro outros caminhos e chegar nosso objetivo.
Fique atento às palavras elas são mestres em nos pregar uma peça!

Marilene

4 de janeiro de 2011

Mentiras


Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.

Uma das mentiras:

É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante.

É muito simples: não podemos.

Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.

Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?

Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.

Ah, quanta mentira!

Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que
faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.

Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.

Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.

Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.

É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.

Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.

Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.

Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.

E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver .
Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver:
ar, água e pão.

Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria.
Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....

Danuza Leão

3 de janeiro de 2011

FAXINA NOS MITOS - IDEAL


Boa parte de nossa infelicidade ou aflição nasce do fato de vivermos rodeados (por vezes esmagados ou algemados) por mitos. Nem falo dos belos, grandiosos ou enigmáticos mitos da antiguidade grega. Falo, sim, dos mitinhos bobos que inventou nosso inconsciente medroso, sempre beirando precipícios com os olhos míopes e passo temeroso. Inventam-se os mitos, ou deixamos que aflorem, e construímos em cima deles a nossa desgraça. Por exemplo, o mito da mãe mártir. Primeiro engano: nem toda mulher nasce para ser mãe, e nem toda mãe é mártir. Muitas são algozes, aliás. Cuidado com a mãe sacrificial, a grande vítima, aquela que desnecessariamente deixa de comer ou come restos dos pratos dos filhos, ou, ainda que acorda às 2 da manha para fritar (cheia de rancor) um bife para o filho marmanjo que chega em casa vindo da farra. Cuidado com a mãe atarefada que nunca para, sempre arrumando dobrando as roupas, escarafunchado armários e bolsos alheios sob o pretexto de limpar, a mãe que controla e persegue como se fosse cuidar, não importa a idade das crias. Essa mãe certamente há de dobrar com gestos, palavras, suspiros ou silêncios cada migalhinha de gentileza. Eu, que me sacrifiquei por você, agora sou abandonada, relegada, esquecida?
E por aí vai... Ou o mito do bom velhinho: nem todo velho é bom só por ser velho. Ao contrário, se não acumularmos bom humor, auto crítica, certa generosidade e cultivo de afetos vários, seremos velhos rabugentos que afastam família e amigos. Nem sempre o velho ou velha estão isolados porque os filhos não prestam ou a vida foi injusta. Muitas vezes se tornam tão ressequidos de alma, tão ralos de emoções, tão pobres de generosidades e alegria que espalham ao seu redor uma atmosfera gélida, a espantar os outros.
E o mito do homem fortão, obrigado a ser poderoso, competente, eterno provedor, quando esconde como todos nós um coração carente, uma solidão fria, a necessidade de companhia, de colo e de abraço-quando é, enfim, apenas um pobre mortal.
Falemos ainda do mito da esposa perfeita, aquela da qual alguns homens, enquanto pulam valentemente a cerca, dizem: Minha mulher é uma santa. Sinto, mas nem todas são. Eu até diria que,  mais vezes que sonhamos, somos umas chatas. Sempre reclamando, cobrando, controlando, não querendo intimidades, ocupadas em limpar, cozinhar, comandar, irritar, na crença vã de que boa mulher é a que mantém a casa impa e a roupa passada. Seria bem mais humano ter braços abertos, coração cálido, compreensão, interesse e ternura.
O mito de que a juventude é a glória, demora a ruir, mas deveria. Pois jovem se deprime, se mata, adoece, sofre perdas, angustia-se com o mercado de trabalho, as exigências familiares, a pressão social, as incertezas da própria idade. A juventude-esquecemos isso tantas vezes – é transformação por vezes difícil, com os horizontes nublados e paulatina na queda de ilusões. É fragilidade diante de modelos impossíveis que nos são apresentados clara ou subliminarmente o tempo todo. Enfim, a lista seria longa, mas se a gente começar a desmistificar algumas dessas imagens internalizadas, começaremos aser mais sensatamente felizes. Ou, dizendo melhor: capazes de alegria com aquilo que temos e com o que podemos fazer numa vida produtiva, porque real.

Lya Luft

2 de janeiro de 2011

Redefinindo - parte 1


Dureza  -  Firmeza

Quando estamos nos relacionando com as pessoas, seja qual for o tipo de relação: afetiva, de trabalho, de amizade; às vezes nos atrapalhamos no momento de nos posicionarmos frente a situações que exigem uma clareza, uma direção. Por este motivo pensei em refletirmos juntos sobre algumas palavrinhas que são danadas para nos confundir e às vezes jogar tudo por água abaixo.

Duas delas são: DUREZA E FIRMEZA.Não é muito raro ouvirmos as pessoas dizerem você precisa ser Firme com...para que ele/ela não faça mais isso e lá vamos nós praticar a dureza. Somos ríspidos, punimos, ficamos sem conversar, cortamos a relação...Às vezes até pensamos que alcançamos nosso objetivo, mas que nada! A dureza passa pelo veículo da opressão, da ditadura. E a firmeza? Não será ela a mesma coisa? Não! A firmeza passa pela via do entendimento, da escolha. Os fatos são desdobrados permitindo a visualização das conseqüências e o seu entendimento. Mas como agir com firmeza com pessoas que ainda são muito pequenas e o entendimento ainda precário? Na atitude de ser firme inclui o olhar, a voz, a sua colocação diante do fato. E o mais importante: a persistência, para que o entendimento seja alcançado. A dureza é recheada de gritaria, ameaças e comportamentos bruscos. Ser firme é manter seu posicionamento. Na dureza muitas vezes há uma quebra de contrato, pois como causamos um impacto muito forte, podemos nos arrepender e voltarmos atrás. A dureza não abre horizontes nem novas perspectivas de comportamento e pior ensina a ser duros com a vida e com os outros.